sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


O ano novo é capricorniano.

Diz-se sobre o signo de Capricórnio que ele influencia na elaboração de personalidades persistentes, práticas, elaboradas. Eu, que não creio em horóscopo, penso que em dezembro a gente se bate mesmo para usar dessas qualidades. É o tempo de balanços críticos sobre o ano que passou e de combinas, de formatações de focos, de objetivos e metas para o ano que vem. 
Este ano que ora finda, confesso que para mim, foi surpreendente. Não deixou pendências. Estava olhando a crônica que fiz, no dezembro passado e olha só, as coisas bateram direitinho. Tudo conforme o escrito. Menos a pouco considerada perda de peso. Tá bom, admito, enrolei e não vesti a camisa da vida saudável. Ressalto até que andei para trás neste quesito. Abandonei (por motivos alheios à minha vontade) as caminhadas, acudi-me aos remedinhos que me deixam a pressão em 12x8 e, indo e vindo sem sair do lugar, arrumo desculpas para não me cuidar mais. Vou repassar a meta de ficar com a barriga tanquinho para este ano que chega. Juro que vou fazer por onde. 
Das outras coisas, não tenho queixa. De ler, li bastante. Revisitei as veredas de João Guimarães, as dúvidas passionais de Machado de Assis e os estertores do ciclo Getulista descritos por Rubem Fonseca. Experimentei Saramago: todos, Todos os Nomes. Me encontrei e me perdi na Primeira Manhã de Dalcídio; conheci o caráter realista de Basílio, o primo conquistador. Não sei se haverá tempo, até a batida da campa do ano, de saber sobre os Jogos Infantis, de Haroldo Maranhão, mas, com toda sorte de sono e indisposição, um dordolho de vez em quando e a vista curta que abate um operário da indústria de transformação, acho que bati meu recorde este ano. Passei, com folga, da média nacional que tá ali, beirando os 4 livros por ano para cada brasileiro. 
No ofício de escrever, cumpri o rito. Marquei o ponto todo sábado aqui na coluna com textos inéditos. Me ombreei, dividi espaço com gente que me encanta e me seduz com suas poesias e prosas. A minha meta era melhorar em intenções e gestos. Escrever com mais zelo. Será que consegui, meu pai? Fica o dito: se não consegui, vou continuar tentando. Minha mãe, que era capricorniana, me ensinou que a insistência constrói, cria filhos, põe de comer na mesa e risos no rosto. Este ano, mais uma vez, meu modesto trabalho esteve na pauta de concursos públicos, de tititis acadêmicos, de pontos recolhidos da praça pública, e até, olha lá, pelas paragens distantes da Oceania, mas o que me apraz é que ele frequentou, se estabeleceu, impregnou mentes e corações. Isso é que dá valor e termo neste ato inexplicável de escrever. Isso é que verdadeiramente importa (embora um níquel aqui outro ali, como agrado, na minha canequinha aluminada, venha sempre a calhar). 
Tenho uma companheira formada. Fizemos festa pr’ela, como tava no script, e reconhecemos nela uma vencedora (porque foi ousada e conquistou este mundo distante e arisco que é a Universidade, arte que não fui capaz de realizar). 
Quis porque quis ficar mais perto dos meus meninos, e assim está. Nos conhecemos mais e melhor a cada dia, agora que mudei de Barcarena pra Belém. 
Fui à Espanha, busquei meu chapéu, conheci um mundo diferente e rico, mas quando fui tentado, chorei que só e olha, para trás com minha saudade. Voltei me reconstruindo, me revolvendo e com uma paixão ainda maior pela minha Pedreira, pelo Veropa, pela Guajará agitada tardezinha e com aquele sentimento romântico de que posso ser útil à minha terrinha. 
Contas acertadas com 2012, dezembro, que é capricorniano, me chama para novas resoluções. Então umbori... 

Um comentário:

  1. Umbori que agora é ano ímpar e o que não deu certo no ano par, agora tem que dar e a gente fazer por onde... XD

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