sexta-feira, 31 de julho de 2020

crônica da semana - vinte e cinco anos

Vinte e cinco anos

O caminho era um alagado raso, com algumas elevações que não chegavam a ser uma porção de terreno seco. Formavam apenas pequenos barrancos úmidos e lisos. Andamos por aproximadamente dez minutos até dar com o muro. Do outro lado a indústria, o trabalho assalariado, carteira de benefícios, plano de saúde, férias, décimo terceiro...

Não era um muro alto. Não afrontava. Bastava-se como símbolo, como um eficiente segregador social. Não se exibia imponente. Mostrava até um limo bem desenvolvido na base e um acintoso empeno no rumo que se estirava. Como se fosse uma barreira em desuso, abandonada. Era, no entanto, um argumento fortíssimo para explicar a distância entre as gentes tão iguais.

Por aqueles dias eu já me batia nas duras batalhas sindicais produzidas pelas mudanças nas relações de trabalho.  Procurava entender a reestruturação produtiva, a terceirização. Identificava a submissão à doutrina da qualidade total, à pressão por um operário multitudo.

Naquele dia em que caminhei pelo baixio alagado e varei no pé do muro, estava visitando um amigo. Ele faz parte de uma comunidade tradicional, remanescente da Missão Gibirié, às margens do rio Pará.

Por aquela época, reconhecia a notória articulação que reinava nos meios empresariais, e me indignava com uma camada da organização operária que admitia a possibilidade de adequação aos novos modelos laborais.

Não era a minha bandeira, um alinhamento com aquela guinada para a precarização do trabalho. Defendia a manutenção dos direitos, conquistas, progressões salariais. O tempo era de definições. Um dos argumentos que se utilizava nos fóruns de discussão em defesa de um alinhamento, era de que nós, trabalhadores que estávamos do lado de dentro dos muros, nas grandes corporações, éramos privilegiados, fazíamos parte de uma elite operária. Esta cantilena, até hoje ainda ecoa. Versa que reduzindo direitos, se cria empregos.

Fui ver o amigo, ali pelos arredores da Vila do Conde. Minha visita aconteceu dias depois de meu amigo ter perdido todo o investimento que tinha. Não vivia do trabalho formal. Por último, apostava na criação de peixes em cativeiro. Estava com os tanques minando de tilápia, quando a maré grande invadiu a margem do rio Pará e levou pra longe toda a criação. Ao contrário do que se possa pensar, meu amigo não estava triste. Estava pronto pra outra. Deixou o almoço encaminhado e me convidou para dar uma volta pela planície molhada e verificar os estragos. No final da caminhada, o terreno era truncado pelo muro da empresa. Uma guarita, mais adiante impedia o acesso. O mundo dele terminava ali ao pé do muro.

Paramos ante o muro e por uns instantes eu me senti culpado de ver meu amigo ali, sem emprego, sem esperança, sem a criação de tilápia. Bateu um banzo em pensar que eu vivia dos benefícios que haviam do outro lado do muro. Ele mesmo deixou escapar que considerava aquele ambiente além, um lugar de privilegiados e que ele embora, tantos anos tentando, jamais conseguiu uma vaga do outro lado.

Hoje, exatamente hoje, completo 25 anos de trabalho na indústria de Barcarena. Tantas histórias, tantas lutas e conquistas, prazeres pessoais, conquistas sindicais.

Continuo acreditando que o certo é a preservação dos direitos, a carteira assinada, o pacote de benefícios, salários justos. Acredito na luta incessante por melhores condições de trabalho. Mesmo porque, a aplicação do contrário, não mudou nada. Meu amigo continua do lado de fora do muro.

 


sexta-feira, 24 de julho de 2020

crônica da semana - perguntas sem resposta


Pergunta sem resposta
O que fui inventar para sair de casa na segunda-feira? Esta é a pergunta que não quer calar.
Arte que prezo que me gasto de tanto prezar é o trabalho. Dou valor e estimo. Respeito. Tenho fé e gozo com as coisas que o trabalho pode criar. Operar nas raias do labor, trilhar a lida diária, neste período de isolamento, a mim, por certo, me ocupa, mantém a energia vibrando dentro do meu dia, e me afasta da melancolia com uma injeção, em dose nem tão grande e nem tão pouca de tensão; aquele tanto certinho, a conta batida que não fere, o fulgor viçoso daquela febre fabril de estresse que aquece sem molestar.
Atuar em home office, nos últimos quatro meses, em mim, tem o efeito tal da resistência ao caos. Contribui para que eu não me dilua nas incertezas. Dá pistas do giro do mundo. Deixa o recado diário de que ainda não se acabou a vida.
A execução das tarefas profissionais em casa foi uma alternativa para manter muitos profissionais ativos. O elenco dos trabalhadores que foi para casa contempla uma população ali afinada e alinhada aos grupos de risco. Tô na lista. Sistólica, diastólica são pressões que inspiram cuidados e precisam ser controladas. Aglomerações tão intensas quanto as filas de embarque para Cotijuba, no trapiche de Icoaraci, fazem das minhas coronárias conselheiras gabaritadas para que eu forme no grupo dos ‘te aquieta’. O coração bate em sobressaltos por esses dias. Tem que ficar no abrigo e submisso aos zelos.
A lida formal presente, as tarefas domésticas, invencionices culinárias, realização de estéticas visuais típicas da reclusão, canais com penca de filmes, docs, vídeos educativos, musicais na internet. Cumê, lazer, suprimentos e utilidades em atendimento delivery, a minha bicicleta ergométrica e o vírus circulando são argumentos funcionais, fisiológicos e biológicos pra lá de suficientes para me convencer a ficar em casa.
Então, o que fui inventar para sair de casa na segunda-feira? Esta é a pergunta que não quer calar.
Ocorre que desde a semana passada, venho admitindo esta possibilidade. Um ensaio. Uma caminhada pelo bairro só pra saber se ainda sabemos atravessar a rua, se ainda entendemos os códigos urbanos do verde-siga; vermelho-pare; se os tímpanos ainda toleram os fonfons e alaridos difusos das avenidas.
Fizemos uma reunião em casa. Pesamos, consideramos. Avaliamos dados do último mês, aplicamos a teoria ao nosso cotidiano. Até a largura das ruas escolhidas no roteiro mereceu a atenção. Período do dia de menor movimento, EPI’s e produtos de desinfecção necessários. A opinião geral foi a de que sim. Poderíamos fazer uma caminhada pelas ruas da Pedreira, ali em torno de seis da matina.
Mas por quê?
Na vera, motivo algum para sair, tínhamos, admitindo o acervo, supracitado, de ofertas para preencher o tempo e as comodidades de serviços que temos à porta.
No dia e na hora certa para o passeio fora da nave, tomamos conhecimento do movimento registrado nas praias no último final de semana.
A saúde sempre requerida, as coronárias tal qual a fila para Cotijuba, apinhadas. A fenomenal capacidade de transmissão desse vírus. E, mais decisivamente, aquela sensação de que uma saída de casa, sem um quê apresentável significaria a nossa anuência a este delírio coletivo, nos fez abortar a missão.
Não saímos para fazer não sei o quê na rua, e pelo cenário perigosamente restaurado, e, ainda, até que as perguntas tenham alguma resposta, tão cedo não intentaremos outra moda igualmente sem graça.


sexta-feira, 17 de julho de 2020

crônica da semana - às vezes tu


Às vezes tu, às vezes eu
Estas manhas ocorriam, com mais energia, no período das aulas, porque ensejava brechas para folgas e abstrações. E com tal intensidade, que tenho bem marcadas na memória, as minhas contemplações da vida, ali embaixo do pé de acácia, naqueles mágicos instantes.
Após o almoço, a madorra, o calor da hora, aquele apelo ao ócio me desafiavam. Reagia, pegava meu radinho, sintonizava na PRC5 e passava aquele pedacinho de tempo da digestão e depois um outro tanto, apreciando o movimento e ligado nos hits.
Esta rotina fez parte da minha vida enquanto morei na Mauriti, em encaixes pra lá de simbólicos. Ainda mais porque era comum o meu calibre de apaixonado, moleque permanentemente romântico, sempre quedado aos encantos de uma pequena do Justo, do Donatila ou dali dos arrabaldes pedreirenses. Daí que as músicas do hit parade eram daqui pra li, para me esmigalhar o coração.
Vale o destaque à programação musical daqueles tempos, com um naipe de cantores e cantoras brilhantes; e repertórios diferentes, muito diferentes dos que ouvimos hoje nas rádios. E era AM, para o bom da verdade, devo alertar! “Ai, meu bem tive um sonho/ ai, meu bem, meu bem/meu bem te vi sonhar”, confessava Zizi Possi no meio da programação da tarde, e era hit que toda vez que tocava, me acendia uma esperança. Atiçava em mim uma coragem de quando aquela menina passar, na saída do Intermediário, eu lhe revelar idílicas intenções. Um dia, quem sabe...
Meu coração vagava na brisa rala da tarde. Vibrava em todas as direções em tuco-tucos audíveis de longe, em estremecimentos que me denunciavam, ainda mais quando a mais pedida era “Sufoco” com a Alcione.  Era a sofrência  em outro idioma musical, em outro traçado melódico. Um samba dor-de-amar chamando pra perto, dizendo segredos indizíveis, semeando  perdões. Naquela horinha da tarde, em que o vento é leve, um zunido do universo impera e a luz do sol encandeia os olhos até da alma, tenho impressão de ter visto, em repetidas ocasiões, uma folha de acácia cair na calçada. Verde, serena, e desaparecer na correnteza formada por um tiquinho de água que deslizava pelo meio-fio. Eu não podia mais agüentar aquele amor tão louco. Ainda mais, que dali a pouquinho, iria bater a campa do Intermediário.
A seleção musical trazia também, cantores estrangeiros. O meu esforço em arranjar um jeito de cantar junto com eles era a maneira que eu tinha de sentir a música dentro de mim. Naquelas experiências embaixo do pé de acácia, me apeguei não só às letras, mas também, aprendi a apreciar as melodias. A nutrir-me de ritmos, cadências. Entreguei-me aos aveludados melodiosos. Acontecia com o Júlio Iglesias.
“Às vezes tu, às vezes eu” vinha anunciada por uma introdução orquestrada que (a música, a linguagem melódica!) me comovia.
Muitos anos mais tarde, eu estava em Baiona, na Galícia, de bobeira, a passeio. Na oportunidade, se realizava o festival de verão, ali, e a grande atração era quem? O verão europeu, naquelas paragens, segura o sol até a batida da campa das 11 da noite.
Ao pôr do sol, havia uma multidão na minha frente, vi o Júlio de longe, só um trisca dele, mas era como se estivesse dentro do meu radinho, abrigado ao pé de acácia, lá longe naquela horinha da tarde e das abstrações, pelas ondas da PRC5, me fazendo lacrimejar.
E as minhas fantasias, e as minhas intenções. A campa do Intermediário. A folhinha caindo, sendo levada por um fiozinho de água... Um dia, quem sabe...

sábado, 11 de julho de 2020

crônica da semana - seu mundinho fura-bolo


Seu mundinho fura-bolo
Durante este período de recolhimento, fiz um esforço danado para acreditar que, quando tudo isso passar, boiaremos de forma diferente. Gravei vídeos tocando músicas fortes, cheias de intenções. Publiquei crônicas de teor otimista, fiz textão nas redes sociais pra levantar o astral de quem estava triste. Até que eu mesmo desabei.
Juro, busquei lá dentro de nós, até porque, movido pelas emoções das horas, razões para crer que sairemos dessa, como pessoas bem melhores. Seria um futuro desejado. Aquela vontade de varar, mais na frente, em um planeta mais respirável. Mas olhando o presente, retorno os pés ao chão e vejo a vida sem perspectiva de novos ares.
Se fosse pra mudar, teríamos que começar agora, quando ouvimos as sirenes a toda hora gritando agoniadas; quando nos deparamos com a notícia da morte de um parente, um amigo, uma pessoa pública; quando nos apresentam o registro de milhares de mortes no país, creditadas à pandemia. A mudança teria que começar nesse instante, em condutas e comportamentos, diante da dor.
Não há sinais. O que vejo é a manutenção dos defeitos sociais mais vis. O egoísmo, a vilania, o preconceito, a hipocrisia. A desonestidade, a vigarice. Na hora que se anuncia que o comércio vai abrir e uma multidão se joga na rua, ou por outra, quando a virada do calendário anuncia julho e uma procissão se forma em direção às praias, percebo que consciência nenhuma se criou, hábito novo algum se estabeleceu. Respeito ou cuidado com o outro não discernimos no seio da sociedade.
O simples uso de máscara e a prática da distância mínima em ambientes públicos são desafios que não conseguimos superar.
Sair de casa só por necessidade, para evitar a circulação do vírus, é mandamento que não se entende, não se cumpre, não se dá valor nenhum. O que importa é a convicção pessoal de poder ir bem ali, fazer não sei o que, encontrar com não sei quem, a hora que der na telha.
Não mudamos para melhor agora, enquanto a Covid-19 está levando legiões de brasileiros, não mudaremos amanhã ou quando houver a vacina ou mesmo se ela não vier.
Gente má vai continuar sendo má, e dá o tom no meio da crise. Pra mostrar que não adianta acreditar na redenção dos espíritos, uma cambada dessa gente está recebendo o auxílio emergencial sem precisar. Fazem isso agora, enquanto os mais frágeis morrem pela doença, forçarão a barra amanhã para que os mais frágeis continuem morrendo por motivos outros.
Estava pensando sobre esta minha esperança em um mundo novo. Não tem respaldo histórico. A segunda guerra deixou registros trágicos. Tínhamos motivos para apagar os argumentos que levaram o mundo àquela situação tão dramática. E o que vemos hoje no Brasil? Ressurgimento de idéias que avalizaram a guerra, condutas fascistas, ataques pautados na intolerância. Minha esperança não encontra eco sequer nas circunstâncias. Logo no início da pandemia, meu filho foi ao supermercado e enquanto esperava na fila, um homem atrás dele, sem máscara e sem respeitar a distância de segurança, espirrou e a secreção atingiu-lhe o pé. No lugar de se desculpar, o homem jogou foi uma praga, dizendo que meu menino seria o próximo. Aquela pessoa sabia, naquele momento, como o vírus se espalha, sabia que ele poderia ser um transmissor. Em casa, meu menino foi direto para o banho de álcool. E nós, apavorados.
O que fica é que o mundo não deixou de fazer guerras e nós não deixaremos de ser esse seu mundinho fura-bolo que somos, por causa do vírus

domingo, 5 de julho de 2020


Século 17

Às vezes, eu amanheço os dias vivendo o século 17.

Olho o sol nascente e admito a Terra como sendo o centro de tudo.
Não muda muita coisa, não.

A vida segue normalmente, com as vérsias e as controvérsias rotineiras.
O meu suor escorre do mesmo jeitinho nas lidas operárias

 e a minha conta bancária não se bandeia para o lado direito da reta real
(muito pelo contrário: insiste em pertencer, em estar contida no conjunto dos números inteiros não positivos).

Mas, no correr da luta, reconsidero.

Ao anoitecer, apanho o meu telescópio, que vive encostado ali no canto,
esperando um sinal dos céus 
e miro o infinito neste milênio cheio de surpresas e decisões.

Por estas lentes companheiras, ‘minhas retinas tão fatigadas’ têm esperanças de, um dia

descobrir outras e maravilhosas luas.


sábado, 4 de julho de 2020

crônica da semana - irmão coruja


Irmão coruja
É conta certa nesta minha batidinha semanal, rasgar seda para meus rebentos. Mais certo é na passagem dos aniversários. Cada qual tem seu cada qual de homenagem garantido aqui. Agora em junho foi a vez de Amaranta Maria, minha filha. Estava todo me aprumando para desenrolar uma crônica coruja pra ela, quando me chega às mãos este texto do Argel. Uma crônica de irmão. Mas foi logo que decidi por publicá-la. Hoje, a tradicional crônica de aniversário vem pelas palavras do irmão coruja. Senhoras e senhores: Argel Sodré...
“Em 2008, eu e a Amaranta voltamos a estudar na mesma escola. Dividíamos o Pedreira-Lomas todos os dias no calor infernal das onze da manhã, pra Cidade Velha, e voltávamos no sufoco das 18:30h,  para a Pedreira.
Eu sempre estou um pouco obcecado por algum assunto. Na época saía de casa duas horas antes, pra jogar ping pong na entrada... Depois no recreio e na hora da saída. Amaranta lá, tendo que aguentar as minhas insanidades. De vez em quando eu fazia a gente descer no Ver-o-Peso pra comprarmos bolinhas "sunflex", vulgo SURFLEX para os alunos do Carmo, e ir andando o resto do caminho, naquela lua de meio dia e o cheiro recendente do Veropa.
Teve um dia que a Amaranta cansou das minhas vaidades diárias e atrasou. Eu fiquei com muita raiva, peguei minha mochila e fui embora sozinho pra aula.
Arrependido, eu fui chorando da Pirajá até a Dr. Assis, pensando que dessa vez a minha avó não falou, como falava todos os dias "vão com deus! cuidado na hora de atravessar na Itororó, cuida bem da tua irmã!". Ninguém falou nada.
Passei o dia ‘mil grau’. E na hora da saída, Amaranta chegou comigo e perguntou se eu ia embora com ela ou era pra ela ir sozinha. Percebi naquele instante, que eu é que andava com ela, e não ela comigo.
Amaranta me protegia de tudo e todos. Sempre estava pensando em mim.
Depois disso talvez eu tenha tomado um pouco de vergonha na cara e tenha dividido um pouco mais de mim com ela.
Em 2012, nossos pais viajaram e nós fomos passar as férias com o Leon e Manuela. Lembro como eles sempre ficavam impressionados com a nossa amizade, se inspiraram até. Eu e Amaranta tínhamos um dialeto próprio, entre mil "engras" e "sengras", "parece que não sei", "se não tem cavalo, eu não quero nada", "nadadeira, cabeça, irmaaaão", "EU NÃO SOU UMA CORUJA!!!!!". Não há ninguém como ela.
Até hoje, os amigos se encucam com nossos papos, papos de irmãos. Nossas músicas, as pessoas que a gente combinou de amar, ou as que a gente combinou de odiar. Nossas sequelinhas, nossas briguinhas, nossos lugares, nossas comidas, nosso Paysandu, nosso São Paulo e o nosso Barça.
Certamente, uma das minhas companhias favoritas. E que tem um jeito! De se apreciar. Amaranta não mede palavras, às vezes é sensível demais, igual aos Sodreres. Perde a tranquilidade fácil. Às vezes diz tudo só com um olhar, tal qual um Nunes. E resolve tudo.
Eu teimei de caminhar sozinho, sem chamar a mana outras vezes, e foram os piores momentos da minha vida.
Hoje a minha irmãzinha faz 22 anos e estamos voltando a ser grandes amigos. Passamos horas e horas treinando nosso dialeto e atualizando a nossa lista de coisas para amar e odiar. Lembrando das nossas viagens de Pedreira-Lomas, ou nossas férias no RJ, ou até quando ela foi ao Camp Nou sem mim. Ou eu fui ver o Messi sem ela.
Hoje pensei no conselho da vovó, realmente a Itororó é difícil de atravessar, mas eu e mana sempre nos cuidamos nessas e noutras travessias. Sigamos juntos. Eu te amo tanto, Amaranta!