sábado, 29 de outubro de 2022

crônica da semana - retrato velhinho

 Retrato velhinho

Este ano, restaurei o retrato de casamento dos meus pais. De minha mãe, não, tenho outras fotos, mas do meu papaizinho, o único registro é o que me mostra o retrato. É daquelas composições gráficas antigas, que nem retratam fielmente os retratados. Tem acabamento a peso de retoques retorcidos, imprecisos, sem a cor autêntica da tez dos modelos e exibe um sugestivo fundo azul que levava minha avó, quando nos descrevia a fotografia, a afirmar que aquela pose foi tomada na imensidão insondável do céu (e isso para mim sempre foi uma inabalável verdade). Só muito amor mesmo para reconhecer ali, minha mamãezinha linda e o sorriso encantador de meu papai. Dando todos os descontos, relevando as tecnologias que eram possíveis lá naqueles ermos do Xapuri, em tempos outros, vi a chance e providenciei uma reconstituição, porque o papel já estava bem carcomido e acompanhei com carinho a execução do reavivamento da imagem. Emoldurei e pus o retrato na parede da sala outra vez, agora neste outubro da graça de Deus e da Virgem Maria.

Há um sentido permeando a volta do quadro à parede. Representa uma rememoração. Padre Lourenço, nosso orientador Salesiano, quando explicava a Eucaristia, dizia que era um ato de tornar presente de novo, de rememorar a paixão com todos os seus compromissos e implicações. Então, papai e mamãe estão ali para nos mostrar, à nossa família, que temos sempre a chance do diálogo, da reinvenção de idéias, do aconselhamento desapegado de interesses. A mim, como pai, me serve de inspiração recontar, recalcular cada passo que dei junto à minha mãe, que enviuvou cedo, na construção de minha personalidade e na adaptação dela, querida mamãezinha, aos tempos que se moviam velozmente. Nos erguemos indo lá nas convicções dela e vindo cá, nos meus anseios. Luto todos os dias para que a minha relação com meus filhos seja este ir e vir, este dar e receber.

Mamãe, na foto, tem um sorriso de Monalisa. Não esconde, porém, enigma ou ironia. Talvez uma certeza atávica. Dá os papos: não é fácil romper crenças ou formatos estruturais de dominação.

Pus o quadro na parede, rogando por bênçãos e proteção porque fiquei desnorteado, coisa de mês atrás, com um textão que li de uma pessoa que se acusa amigo. Um festival de inconsistências. Mas o destaque foi o valor que dá a relação pais e filhos. Diz o texto que, se este ou aquele comportamento observado não confere com os ideais dos pais, é resultado do descuido, da falta de método utilizado no lar para formar o caráter dos filhos e filhas. Neste ponto eu bambeei. A narrativa a partir daí coloca as crianças, os adolescentes, jovens, como passivos, como meros receptores de leis e condutas pré-estabelecidas. Não dá e nem vislumbra ferramentas para livres interpretações, não estabelece via alguma de volta ou reivindicação. Achei este texto de uma arrogância típica daquelas pessoas que, como diria minha mãe, só querem ser o que a folhinha do ano não marca.

Não me arvoro à menção que seja, de ser o melhor pai do mundo. Digo apenas que pelejo. E certifico. Nos últimos anos aprendi pacas com meu filho, com minha filha. Por eles, assumi conceitos outros de convivência, assimilei tolerância onde eu radicalizava. Nossa interação mais pródiga se deu na música. Apresentei-lhes Cartola, Milton, Chico, Caetano e me voltaram com Pelé do Manifesto, os meninos da Zeromou, Tulipa Ruiz, e já velho, me danei a ouvir Beatles, por causa dessa troca.

Pus o retrato velhinho na parede, rememorei, quero forjar um ato de tornar o amor presente de novo. Bença pai, bença mãe.

domingo, 23 de outubro de 2022

crônica da semana - causos do Círio

 Causos do Círio

Teve aquela vez que ante o engarrafamento gigantesco da José Malcher, desci do ônibus e saí em desabalada carreira pela calçada. Meu joelho bichado reclamando, minha percata escapando aqui, ali; o ar faltando, mas varei na Praça da República tomado da mais plena emoção, bem em tempo de ver a Santa passar, na chegada da Fluvial.

E tem das outras, poucas e boas, já da banda do profano. Foi também num sábado.

Saltei de um lado pra outro da Presidente Vargas depois que aquele vuco-vuco de motos passou. Nisso, neste entretempo, o cortejo do Pavulagem já se ia no bem adiantado do passo em direção à praça do Carmo. Me atrasei na margem interceptada pelas motos, mas não amofinei. Parti atrás. Foi um dos shows mais pródigos do grupo. Muitos convidados, lançamento de novas canções. Já na praça, fui me deixando tomar pela empolgação. Música no ar, gente amiga à beça. O tempo correu a mil e quando dei fé só restávamos eu, o jornalista Edson Coelho, uns poucos e a noite como testemunhas remanescentes do folguedo. A notícia, inclusive era que a Transladação já vinha que vinha. Como voltar pra casa, com todas as ruas que levavam à Pedreira travadas? Fizemos o último brinde e saímos à cata de um jeito de tornarmos ao lar. Fora a dificuldade de achar um táxi (não tinha uber na época e mesmo se uber houvesse, penso que seria difícil destravar a bom termo). Outro porém, severíssimo encalacre: o cacau, o picholé, o money, o tutu, o dindim. Passar o dia todo na rua leva todo nosso recurso. Eu estava na raspa. No pira paz não quero mais. Alentado. Não falei nada pro Edson. Não queria que ele se preocupasse com minha falência. Fizemos um plano, conseguimos um táxi além da Tamandaré e de lá, o motora se esmerou em malabarismos e traçados exóticos de roteiros. Fez um arrodeio estratégico e emergiu na 14 de março, ali na parte comum ao Umarizal e que era a primeira parada para deixar o jornalista. Natural que o cerzido executado pelo taxista onerou pacas a corrida. Edson desceu e quitou a viagem até ali na Quatorze. Eu seguiria para a Pedreira. Aí foi que foi. Apalpei os bolsos, catei os caraminguás, o montante não chegou a 20 contos de dinheiros. O que me restou foi me pegar com a Santa. Estava decidido, dizque, a parar e descer quando o relógio marcasse o tanto de dinheiro que eu tinha. Mesmo que fosse ainda distante de casa. Segui na apreensão.

O chofer entrou na Pedreira, pegou a pista do meio, em boa velocidade. Meus sentidos ligados no taxímetro. A cada tac (ou tic, ou tec) do reloginho captado pela minha audição, a visão aferia quantas casas se moviam no totalizador da corrida. Tensão, fé ardorosa, orelhas esquentando. Quinze paus e chegamos à feira da Pedreira, confluência da Mauriti. Mais um pouco, cruzando o Josino, já contava dezessete e uns caroços. Quando entramos na reta final da Aldeia Cabana eu estava a suar frio, a vista turvando... dezoito e uns trocados. Na hora que o homem pisou no freio e parou diante de casa, nem olhei pro marcador. Dei tudo que tinha coletado nos bolsos. Ele assentiu, agradeceu, deu boa noite e eu só disse Amém. A conta foi abençoadissimamente certa, o tanto absoluto e irremediável das minhas posses.

Este ano aconteceu que nem. O mesmo aperreio pra voltar pra casa. Nem uber valendo os tubos apareceu para nos resgatar após a Transladação. Esperamos que entojamos. Tá na hora de se pensar com mais humanidade, numa operação de resgate, com mobilização de transporte em vetores estratégicos, após os principais eventos da quadra nazarena. Senão o romeiro aqui não dá mais conta.

domingo, 16 de outubro de 2022

crônica da semana - análise provecta crustácea

 Análise provecta crustácea

O camarão é um animal invertebrado do grupo dos crustáceos. Tem o corpo alongado, coberto por uma casca transparente dura, mas flexível. É aparentado do santospés, da abelha e da barata entre tantos e diversos exemplos. É tido na natureza como um animal decompositor, aquele que recicla matéria orgânica gerada por outras e variadas espécies. Dizque é por isso que causa aqueles emboloamentos na’zurelhas e alergias de fechar a glote. Mas tirando os contras é uma iguaria de excelência, de potenciais culinários altíssimos. Chega a ser chique. Bom pra dedéu tratado, cozinhado de tudo quanto é maneira ou, que seja, cru, quando subtraído numa beliscada rápida do colfo de um vendedor distraído, lá do veropa. Dou maior valor.

Eu tenho muito respeito pelo camarão. De modos a não achar que deva ser servido de qualquer jeito. Pelo status, entendo que sempre deve compor um prato engalanado. Pode até ser ao alho e óleo, só; no bafo, mas essas são exceções práticas ou culturais, repletas de perdões. Na regra e no certo, espero sempre um arranjo, uma mimetização, que seja, na completude do caruru, um estilo este de atraente, um modo aquele de simpático, assim é minha receita para a degustação do camarão.

E é tanto recato, que desde que tempo, assumo uma postura analítica quando vou comer camarão. Seja ele do tamanho que for. Dos taludos, dos gitos, eu sempre divido aquela estrutura alongada em pedacinhos. Sério. Não passo pra dentro um camarão inteiro nem a pau. Acho uma afronta. Uma descabida soberbia.

Taí, olha, o mundo pode estar se derretendo em críticas. Todo mundo cortando a gíria pra cima de mim, dizendo que tô rendendo o prato, que isso, aquilo, mas na hora de apreciar a moqueca, o estrogonofe; e mais ainda quando encontro aquele heróico espécime no vatapá, arrumo uma faca, o garfo, separo o zinho e o vou decompondo em pedacinhos. É pra render mesmo.

Esta minha conduta analítica é certo, tem a origem lá atrás na infância pedreirense, quando a gente comia camarão uma vez na vida e pra dar mais uma prova, só em eras outras imensuráveis.

Até hoje faço do mesmo jeitinho.

Para os nossos padrões de consumo e ainda mais nestes tempos cascudos que vivemos, o camarão é caro pacas. Pelo comum, entra nos pratos mais humildes, só pra dar o gosto. Mamãe mesmo alertava. “Vai no Sandra, compra as coisinhas da lista e depois pede pro rapaz pesar uma mãozinha de camarão. Uma pequena porção, só pra dar o gosto na gororoba que vou fazer pro almoço de domingo”. E assim se dava. E mesmo o pouquinho que nos cabia, eu picava até a enésima parte.

Há um tempo, eu impinimei que deveria conhecer a origem, o sentido das palavras. E fiquei num pé e n’outro com a palavra ‘análise’. Consultei dicionários, fui até a Grécia, desci para as sintaxes indo-européias, me acudi ao vulgo, emendei nas estilísticas. De tantas sinalizações, achei atraente a definição “dispor em partes”. Relacionei este sentido com a ação que Seu Excremento, que era vizinho da Mauriti, tomava toda vez que a nossa bola caía no quintal dele: inevitavelmente fazia uma análise da bola e a nos devolvia bandada.

Com o tempo, dei de bandar também, outros sabores, diversos prazeres, inevitáveis frustrações, dolorosas quedas, ácidas relações, tímidas e contidas euforias, puríssimas tristezas, fluidas alegrias; a orelha emboloada, a alergia... o comichão na glote por essa tragédia que vivemos no Brasil. Hoje, atomizo muita coisa. Não só o camarão. Além da porção bem pesada pelo rapaz do Sandra, me imponho analisar coisas além, de forma a forjar, ao menos, um gostinho à esta dura arte de viver.

domingo, 9 de outubro de 2022

crônica da semana - não é peru, é pato!

 Não é peru, é pato!

Este ano, muita coisa emboloada. Eleição. Uma gripe inesperada. Show da Simone na bienal. Chuva de temporal pleno setembro, um dia esticado na ativa até além das 8 e meia para o remelexo do esqueleto por prescrição médica. Atenção nisto, naquilo e naquil’outro. No que deu? Ficamos, a família, sem o pato do Círio, depois de ter mina de pato no nosso micro latifúndio de meia-légua-indo-e-voltando, ali pros lados do salgado. Perdemos o trem da linha Belém-Bragança e ficamos sem a aviação da ave, no mês nazareno. E agora quede que a gente encontra unzinho pra remédio do comércio varejista da cidade? Nem crista nem copa. Pode até encontrar, ali pela feira da Jutaí, mas é com o preço por acolá de secar bolso fundo. Mais caro que o diamante da rainha.

Vá lá que seja, é da época. E também da pouca inclinação que temos para a criação de pato, em nossa região. Bem a calhar o causo de há alguns anos, ainda na minha atividade sindical, eu ter alimentado o sonho de transformar as margens do rio Murucupi em Barcarena, num centro produtor de patos para o Círio. A idéia não foi minha. Partiu da companheira Vera Paoloni, dirigente do sindicato dos bancários, que à época fazia uma parceria muito das suas di rocha com o nosso dos Químicos. Construímos muitas ações juntos. Realizamos o Passeio Ecológico pelo Furo, apoiamos as encenações da Paixão de Cristo, nos demos as mãos em campanhas salariais. Tecemos também programas cidadãos com projetos de geração de emprego e renda para as comunidades vizinhas. A criação de patos surgiu daí. Cenários políticos adversos, mudanças de orientação no campo sindical em’pata’ram o desenrolar do plano. O tempo corroeu nossas intenções, outubros mais vieram e nosso projeto dissipou-se na brisa que se espalha pelo Arrozal, Caripi, e vai dar aos pés de Nossa senhora do tempo, lá na falésia empavonada do Cafezal. Ainda hoje imagino como seria aquela pataiada ali em todo o estirão do Murucupi, esperando pra mergulhar de cabeça, num caldeirão de tucupi. Formo imagens, paisagens, fantasio patinhos chapinhando na margem argilosa, escura, lamacenta... Ilusão. Este ano não vai ter pato em casa.

E por falar em pato...

Volto a época de sindicato quando escrevi um comunicado à categoria classificando como uma intervenção cultural danosa, a iniciativa do setor patronal de distribuir aos trabalhadores um peru para as festas do Círio. Mas onde já se viu, protestei. Corporações de fora, ao instalar-se em nossa terra, deveriam antes de tudo, conhecer costumes, paixões, impulsos e devoções de nossa gente. E dei a letra: No Círio, não é peru, não. É pato. Pato!

Resmunguei, mas acabei pegando o meu peru congelado. Casou de aquele final de semana ser exato, meu período de folga das jornadas em turno. Agasalhei meu peru no congelador na sexta, e na manhã do sábado, embrulhei bem embrulhadinho num chumaço de jornal, arrumei na bagagem e parti cedinho para o porto de São Francisco, na intenção de embarcar no primeiro popopô para Belém. Esqueci um detalhe: era o sábado da romaria fluvial. Estavam todos, desde o casquinho até o catamarã mais porrudo, no cortejo pela baía. O jeito foi esperar. O tempo foi passando, eu ali na esperança de um barco, e nada, a temperatura do dia foi subindo, quando dei fé, estava pingando uma aguinha da minha sacola. O peru estava descongelando. Quando o barco apareceu, já estava um sol além do meio-dia. Até me aninhar no meu canto, já batiam os ponteiros do relógio, bem mais que quatro da tarde. O peru não resistiu ao calor. Já chegou em casa esverdeando.

Naquele ano não teve pato, no almoço do Círio. Nem peru.

 

sábado, 1 de outubro de 2022

crônica da semana - encontros e despedidas II

 Encontros e despedidas II

Toda de branco, aquela exuberância na voz, e elétrica que só na presença de palco. Ela, lá, cantando e eu cá, chorando parece menino besta.

Um roteiro intensamente emotivo, entrelaçado, para a crônica de hoje, pautado na cantora Simone.

Ex-jogadora de basquetebol, dona de um timbre que se equivale em precisão e beleza a uma cesta do meio da quadra; apareceu pra mim, se não me é errada a lembrança, como uma Gota d’água plena, irrigadora, inspiradora de emoções. E se estendeu presente, percolou o encarreiramento traçado pelas décadas de 70 e 80, do século passado. De repente sumiu, e como o Papai Noel, o bom velhinho do look vermelho, vermelhusco, vermelhão e das renas voadoras, só aparecia de Natal em Natal, dominando, com a versão da música de John Lennon, até a programação de rádios cipós nas feiras.

No período de isolamento, por causa da pandemia, reencontrei a cantora sem os enfeites natalinos, nas lives. Foi quando me fiz a pergunta de resposta não tão fácil. Como vivemos sem Simone tantos anos, como deixamos o talento da cantora ser reduzido (e até vilipendiado) por causa das intervenções sazonais validadas pela construção adverbial “então é natal”? Ela é o que é, meu irmão, e tá que tá presente com tantas e simbólicas canções na história de muita gente. E, diga lá espelho meu, na minha! Daí as lágrimas enquanto ela cantava “Encontros e despedidas” aqui no meu escaninho pedreirense. A música é a cara, o corpo e a alma dos tempos que vivi em Rondônia. Retrata um cenário muito particularmente verdadeiro que é a plataforma da estação, a vida daquele lugar.

Em minha jornada por Rondônia, cumpria uma rotina que me permitia sair da mina em que eu morava e gozar três dias por mês de folga em Porto Velho. Este meu trajeto (este vaivém) sempre contemplava uma parada na rodoviária da cidade. E os instantes que eu passava na rodoviária eram tão intensos, tão reveladores, exerciam uma narrativa imensamente realista daquele momento. A plataforma daquela estação era, efetiva, verdadeira, incontestavelmente, a vida daquele lugar. Eram momentos em que eu sentia a vibração da luta diária minha e deste povo brasileiro que é extraordinariamente, e antes de tudo, um forte.

Enquanto esperava meu transporte, via gente diferente, porrudos, loiros de olhos azuis, outros nem tanto, tipos mais comuns, nordentinos, nortistas do meu top, pantaneiros. Todos em busca de um futuro. Desciam com as tralhas todas. Fogão, geladeira, camas, um móvel ou outro, filharada, cachorro, gato, um quadro de santa, aviação para poucos dias e... esperança. Amontoavam tudo num canto isolado da estação, menos o sonho, que permanecia nos olhos impactando, encandeando. Eu ali, esperando a minha vez de embarcar, acompanhando. A molecada corria pelos salões, juntava-se na hora de repartir o cumê, depois largava-se. Até aparecer alguém. E sempre aparecia. Rondônia naquela época era vetor de migração. A cada instante vinha um preposto e arregimentava uma ruma de gente para as frentes de trabalho. Quando cheguei lá em 1983, enquanto o resto do Brasil se batia com o desemprego. Rondônia chamava gente pra trabalhar, até pela TV e a cada hora.

Quando a Simone cantou “a plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar”, a rodoviária de Rondônia me voltou na lembrança de palmo em cima. E aí, não teve combate. Chorei pacas.

Ouvindo a cantora na Aldeia Cabana, resgato lá de longe, a mesma impressão cunhada por Euclides: somos, antes de tudo, fortes. Temos condição de fazer um Brasil melhor. \Pode ser amanhã o “dia da nossa alegria atravessar o mar”.