quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Amiga 23 de setembro-primavera


bela foto. Tez doirada. Loira primavera...Flor

sábado, 18 de setembro de 2010

Novas news coletadas da mídia televisiva


Esta propaganda sobre o voto com "a carteira de identidade" que coloca um italiano no lugar de um japonês, é simplesmente fantástica. Genial. Manda a mensagem de uma forma bem humorada e bastante objetiva. Taí, amei.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Novas news coletadas da vergonhosa mídia televisiva


A apresentadora chama a matéria anunciando que na Escola Rodrigues Apinagés está acontecendo tal coisa (aquelas barbeiragens administrativas que a gente acompanha no dia-a-dia das escolas públicas)

A repórter, voando alto, mais alto que o céu, em off, reverbera a lerdeza: “ na escola Rodrigues Apinagés...”, caprichando no ésse.
Depois, “na passagem”, falando do meio da rua e com os olhinhos fechados por causa do sol, transborda de ignorância, parece que nem se sente, e estribilha a desmiolagem, embora na camisa dos alunos, estejam estampadas as iniciais do nome da escola R, P: “ a escola Rodrigues Apinagés...”

Na volta pro estúdio, a apresentadora do jornal reitera a patetice: “a Seduc informou que a reforma da escola Rodrigues Apinagés...”

Vai-te de retro muquiranice cerebral. Como a gente pode acreditar numa imprensa que se diz competente e inovadora, quando nos telejornais a gente não percebe a mínima inclinação para a boa informação.
O nome da escola estava estampado na fachada e na camisa dos alunos, mas a matéria insistiu em divulgar um nome diferente.

Sabe por que ficaram à vontade neste flagelo informativo? Por que a escola não tem nome de político, desses que roubam e entram para a história sem serem convidados e pela porta dos fundos.

A escola tem nome de POETA

E uma rápida apuração na Wiki da internet nos apresenta o ‘príncipe dos poetas paraenses’

Rodrigues Pinagé:

Rodrigues Pinagé (Natal, 1895 — 1973) foi um poeta, jornalista e funcionário público brasileiro.
Foi ainda criança para Belém, no Pará, onde foi eleito "príncipe dos poetas paraenses".[1]

e a sua vingança contra a gratuidade dos ésses em colisões pra lá de estilosas:


Sério e saudoso, o sertanejo sente sede
e, senhor da selva, saboreia
sulco silvestre e suave, que serpeia
sobre o solo, a seguir, serenamente.

Sempre singelo e sonhador, semeia!
Seu semblante cismático e silente
sangra ao Sol... Some a sápida semente
saginada, que o sol seca e saqueia...

Sopro de seca no sertão sibila,
sacode a selva em sensações supremas,
sinistramente, em súbitos solfejos!

Sobre a serra sem sombra o sol cintila!
Segue-se o soluçar das seriemas,
sepultando em saudade os sertanejos!...

sábado, 11 de setembro de 2010

Castigo

Teu nome
Com gizes coloridos escreverei
Lilazes vezes
Na lousa desbotada
Da minha memória
Este é o meu castigo

Teu nome
Com gizes coloridos escreverei
Lilazes vezes
Na lousa desbotada
Da minha memória
Este é o meu castigo

Teu nome
Com gizes coloridos escreverei
Lilazes vezes
Na lousa desbotada
Da minha memória
Este é o meu castigo


Teu nome
Com gizes coloridos escreverei
Lilazes vezes
Na lousa desbotada
Da minha memória
Este é o meu castigo

Teu nome...
Meu castigo

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Fácil




É fácil
Escolher
Não te ver
Hora nenhuma
Em lugar Nenhum
De repente
De surpresa
É Fácil
Escolher
Não mais
Te ver
Nunca mais
Não mais
É fácil
Escolher
E morrer
E morrer
E morrer

Mentira

Juraste
E não vieste

Te esperei
Sonhando acordado
Te esperei apaixonado

Não vieste
E minha voz emudeceu
Meu mundo caiu
Meu dia escureceu

Não vieste
E eu engoli choro
Inventei modos
Disfarcei sofrimentos
Dissimulei a dor
Juraste
Te esperei apaixonado
Não vieste
Partiu-se então
Em mil pedaços
Um coração
Abandonado

Matemática


Às folhas tantas do livro de matemática,
um quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do ápice à base.
Uma figura ímpar olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo ortogonal, seios esferóides. Fez da sua uma vida paralela a dela até que se encontraram no infinito.
"Quem és tu?" - indagou ele com ânsia radical.
"Eu sou a soma dos quadrados dos catetos,
mas pode me chamar de hipotenusa".
E de falarem descobriram que eram o que, em aritmética,
corresponde a almas irmãs, primos entre-si.
E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão retas,
curvas, círculos e linhas senoidais.
Nos jardins da quarta dimensão,
escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
e os exegetas do universo finito.
Romperam convenções Newtonianas e Pitagóricas e, enfim,
resolveram se casar, constituir um lar mais que um lar,
uma perpendicular.
Convidaram os padrinhos:
o poliedro e a bissetriz, e fizeram os planos, equações e diagramas para o futuro,
sonhando com uma felicicdade integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos
e foram felizes até aquele dia em que tudo, afinal, vira monotonia.
Foi então que surgiu o máximo divisor comum,
frequentador de círculos concêntricos viciosos,
ofereceu-lhe,
a ela, uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, quociente percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade.
Era o triângulo tanto chamado amoroso desse problema,
ele era a fração mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser moralidade,
como, aliás, em qualquer Sociedade ...

O quociente e a incógnita (Millôr Fernandes)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cristais


Teus olhos
São cristais lapidados
A adornar
A fina porcelana
De tua face

Teus olhos
Mergulhados serenamente
Em leito de seda
São o silêncio
De todas as palavras
De amor

(Carícias
Desejos
Vontades
Destinos
Clandestinos)

Teus olhos Incrustados
Na jóia pura
De tua face
Cintilam
Fúlgidas verdades

De teus olhos luminosos
Emanam
Gris olhares
De soslaio
Sedutores olhares
Ascendentes
Perturbadores olhares
Em riste
E
Para minha dor
Vis olhares
De abandono

Teus olhos
Cristais preciosos
A iluminar
O manto desnudado
De tua face

Para minha escuridão
Para o meu penar
Quando queridos
Aspergem
Sobre meu olhar
Brutas
Ferinas
Negações