domingo, 31 de julho de 2022
sábado, 30 de julho de 2022
crônica da semana
A Ponta do Farol
Um
jeito que nos permita ver o nascer e o pôr do sol num pacote espacial só, é
difícil. Esta combinação no avistamento destes eventos depende de muitas
coisas. Época do ano, urbanização, densidade de vegetação no horizonte, relevo,
e disposição pra acordar cedo, na batida da campa da aurora. Foi o que fiz na praia
do Farol.
O
pôr do sol estava na escrita diária sem esforço ou campana. Acontecia de
confronte à varanda do hotel. Era só a gente dar as caras no tempo e na vez,
que lá s’estava aquela bolona vermelha mergulhando no horizonte ao pegado de
Cotijuba. A campana necessária foi para dar de encontro com a bolona, no
amanhecer. Não tínhamos a experiência, não sabíamos o local exato. Rolou até um
desânimo de não ver nada já que, a partir daquele instante da tardinha, fizemos
a menção de projetar o caminho inverso do sol, e estimamos que de manhã, ele
surgiria pras bandas da maior concentração urbana e isso nos impediria o
avistamento dos primeiros raios de sol.
Pesquisamos o horário certinho do alvorecer, ajustamos o despertador e
ficamos só na bicora do sono leve. Se eu contar a maravilha que foi...
Passar
uns dias no Hotel Farol estava no meu plano de férias domésticas. Coincidiu
também com o período de lançamento de edição, em três volumes, contando a
história do hotel e dos Mártyres de Mosqueiro. Organizada por Andréa Mártyres de
Oliveira, a coleção vem em produção rica e respeitosa. Conta a história do
hotel, do casal Zacharias e Adelaide, filhos, e dos descendentes que herdaram a
responsabilidade de manter a vocação da exuberante construção. Que, sem dúvida,
é um ambiente de lindezas. O salão nobre, que guarda móveis, peças de decoração
e luminárias originais, por exemplo, é de entontecer. Destaco ainda, o piso em
madeira refinada que, tratado ao brilho e ao fulgor é arte de simetria e
silêncio atávico, chega dá uma paz na gente.
Quando
cantei a pedra aqui em casa e falei que iríamos veranear no Farol, a turma saiu
de banda. Ponderações e considerações sobre o aporte financeiro sacolejaram a
decisão. Ouvi que era, de minha parte, um lampejo burguês. Banquei. Quis porque
quis, afinal, pra quê me bato o ano todo nesta minha vida de operário,
enfrentando as contradições do capitalismo, suportando além disso, e por agora,
ante os levantes conservadores, os rotineiros embates, nunca cordiais,
ideológicos, tensos; e mais para frente previsivelmente políticos-sectários e
ferozes. Se me embrenho em superações, ora, ora, se não mereço realizar uma
extravaganciazinha burguesa rapidola. Arrumamos a bagagem e caímos no trecho
rumo à bucólica, sem pesos na consciência...
E
tem a varandinha... De lá, contemplamos, no segundo dia, após todos os
preparativos, o nascer do sol.
O
hotel fica na chamada Ponta do Farol. De lá, se traçarmos a linha de praia,
percebemos que ela toma uma direção bem mais leste/oeste que as outras praias. Resulta que,
neste mês de julho, nos oferece um sol aparecendo, ao amanhecer, lá na
fronteira do Chapéu virado com o Porto Arthur e de tardinha, do outro lado, mais
um espetáculo nas mesmas águas da baía do Guajará/Marajó. Maravilha!
E
eis que diante de tanta beleza, de par com a história do hotel, me bateu a
cuíra de voltar mais ainda no tempo e me juntar aos tupinanbás, buscar um peixe
bom, tratar, tirar o fato, envolver o pescado na folha de guarumã. Além, acender
a fogueira com gravetos do murucizeiro, montar um tapirizinho e sobre ele
lançar e entregar o peixe embrulhado ao fumeiro. E ficar ali, ao tempo e à paz,
só apreciando o moqueio no Mosqueiro.
sábado, 23 de julho de 2022
crônica da semana - por onde se enxerga
Por onde se enxerga
Nem
bem o dia amanhecia e eu já tirava no rumo do hospital. A missão era chegar bem
cedinho para evitar contatos e desocupar logo para o caso de ter outras
precisões, outros exames ou comprar medicamentos extras. Já tinha o resultado do
teste rápido, estava há pelo menos quatro dias com Covid. Isso foi logo no
início do mês de junho. Havia uma procura considerável de atendimento e houve
de eu esperar um bom tempo. No corredor, umas quantas pessoas com as mesmas
reclamações. Tosse, garganta doendo, febrinhas e constipações (que é como
conhecemos aqui o desconforto do nariz entupido). Todas do meu top, nas
beiradas da minha idade. Bati uma chapa, fiz outro exame e na consulta, recebi,
não sem surpresa, mas com algum alívio, a notícia do médico de que eu iria
reagir bem à doença. Estava resistindo ao vírus na força das quatro doses de
vacina que eu havia tomado. Superei serenamente as febres ‘loucas e breves’ que
se enxeriram a me baquear por causa da contaminação com o maldito vírus.
Não
havia, nos meios que freqüento, um único ser pagão ou crente que maldasse um
dia, eu cair para a Covid, afinal, se juntássemos os parâmetros e recomendações
de proteção em uma única pessoa, o dado cairia exato na minha casinha. Olha que
driblei este vírus e não foi do trisca não. Até o junho próximo passado, quando
ele me deu uma entrada por trás e me derrubou na pequena área.
Algumas
conclusões ratifiquei com a penalidade máxima: O contágio se dá daqui pra’li, num
vacilo; as aglomerações são conta certa e batida para a transmissão (e eu,
munido de álcool e máscara freqüentei uns bolinhos de gente, na época, que não
eram adeptos dos mesmos cuidados); a faixa etária das pessoas que encontrei no
hospital dizia que nós, velhinhos antes isolados, que havíamos varado mais de
dois anos sem pegar a bicha, por agora, estamos saindo mais, colocando a cara
na rua, nos assanhando a ir as partes e aos eventos.
Nossa
valência e a minha, em especial, que se realizou numa composição físico-psicológica
que se bate com medos, traumas, hipertensão e umas quantas coronárias
obstruídas, foi a aplicação e a aceitação da Ciência como agente fundamental, e
sem mediação, para que minha resposta a esta contaminação não passasse de uma
ardência na garganta e tosses fracas e episódicas.
Nem
contei nada pra ninguém aqui ou nas mídias que freqüento, para não causar
preocupação. Em junho já havia sinais de uma nova onda (ponto novamente para a
Ciência. As elaborações estatísticas estão fazendo previsões rigorosas, com
alto grau de aproximação, e portanto, necessárias). Agora em julho, esta nova
fase se confirmou, com a evidência de centros de saúde recebendo alta procura
por tratamento e testes.
Na
hora de tirar a cisma, tirei. A minha grande apreensão era, como portador de
comorbidades, ter complicações que me levassem a riscos, internação ou
procedimentos dolorosos e caros. Contra minha vontade, tirei a cisma. Não
gostei nada nada de me submeter a esta prova. Preferiria me contar zerado da
contaminação. Reitero aqui, que não é bom se dispor à loteria da doença. Os
números mostram que muitos casos são fatais.
Eu
por mim, vou redobrar os cuidados. Vou tomar quantas doses forem ofertadas de
vacina e ainda devo insistir com os descrentes para que valorizem e usem, à
vontade, do bem que o conhecimento científico nos faz. O zap, inclusive é um
produto da Ciência. É resultado de mentes humanas iluminadas. É então, cria da
racionalidade e vetor de saúde e não de notícias falsas, crendices ou
alucinações.
Por
onde se enxerga, estou bem.
sexta-feira, 15 de julho de 2022
crônica da semana - férias na barra
Férias na barra
Na
hora de fechar a conta, o atendente, entendo eu, pilheriou. Fez uma caçoada da
gente porque só consumimos da pousada, uma garrafa de água, das grandes. De
prima, assim, penso que nem somos obrigados a usar de todos os serviços da
pousada em que a gente se hospeda, daí, correu um melindre pelos vãos da minha
alma. Logo diluído na razão. Era este o objetivo mesmo. Deixar um dinheirinho
para a maior quantidade de pequenos comércios e estabelecimentos de Barcarena. A
meta era injetar uma grana na maior rede de atendimentos que a gente pudesse
abarcar. A hospedagem se deu em duas pousadas distintas, andamos de aplicativo
local, de táxi, de ônibus, de van, de lancha (e logo eu, olha só, que estava de
banda com transporte público desde o início da pandemia), compramos lanchinhos
cocríssimos de ambulantes, uma lata de camarão bem medida do vendedor no
Caripi, e fizemos refeições em pelo menos seis locais diferentes. Uma pá de
gente pegou uma ponta nesta minha feriazinha doméstica. Espero ter contribuído
para aquecer esta fatia da atividade econômica tão abalada pelo desastre que se
instalou no Brasil com esta política econômica recessiva e de extermínio do
pequeno e do pobre.
A
classe trabalhadora, aliás, que um dia desejou o paraíso, hoje em dia sai
daquele lusco fusco assalariado regular e verga junto com o país para o
avançado escuro do poço. Tô nesse bolo. Até um dia desses, a venda da minha
força de trabalho me garantia até umas extravagâncias. Já tirei férias até nas
estranjas. Mas quando que ousei agora. Nem ali, no Tocantins, como era a minha
vontade, me atrevi. Caldo de galinha, cautela e uma apreensão sobre o destino
do Brasil, me levaram a acudir-me do ócio, por cá pelas beiradas. E tá sendo
bom pacas! Ainda mais que calhou certinho com a reabertura do Museu Emílio
Goeldi para a visitação pública.
Além
de Barcarena e do museu, revisitei cantinhos e carinhos da minha Belém. No
roteiro, a Pedreira do samba, do amor e de uma vastidão remanescente de
testemunhos da arquitetura Raio que o Parta. Aquele arranjo geométrico
construído com cacos de azulejo e que marcou prosaicamente a paisagem urbana
dos arrabaldes em contraponto com a erudição da azulejaria colonial do centro
da cidade. Além da arquitetura da barra, tô de olho na florada dos Ipês da
Marquês, que devem colorir meu bairro ainda antes do final das férias.
O
passeio no Combu ficou no débito. Muitos pontos fechados e uma infra de meio de
semana sem caldeirada de Filhote no cardápio. A boa surpresa ficou na conta do
Mangal das Garças. Me dei conta que não conhecia o local. Pelo menos na
profundidade até o aningal que grassa por lá. Vale a interação com uma beira de
rio raiz.
Houve
de por agora, coincidir d’eu receber um casal de pessoas queridas e amigas, de
Minas Gerais em férias e fazendo escala aqui, antes de chegar a Manaus.
Fernando
e Mara que foram as simpáticas visitas que recebemos nessa semana de férias, vão
ter histórias pra contar sobre a passagem aqui pela nossa barra. Uma pena que,
por causa de questões alheias à nossa vontade, não experimentaram um bom prato
de Filhote e o famoso Tacacá. Como vão a Manaus, amenizei dizendo que em terras
amazonenses podem compensar com um petisco de Tambaqui adulto e o famoso Tacalá
do Amazonas.
Eu
por cá, dentro das limitações que me impõe o cenário de caos Brasil, vou ainda
me aventurar até a bucólica, antes de retornar ao trampo e aproveitar ao máximo
as férias na barra.
sábado, 9 de julho de 2022
crônica da semana - pedreira jazz II
Tá rolando nas plataformas de música
Há
um tempo, tenho um blog que abriga meus escritinhos. Antigamente tinha meu nome,
mas depois que percebi um monte de acessos suspeitos, mudei o nome para
Pedreira Jazz Pedra Noventa que tem o igarapé do Zé dentro dele e se explica
assim:
No início dos
anos setenta, o bar Pedra Noventa (que tinha esse nome por causa da última
pedra do bingo, a maior) era ponto de encontro de várias tribos. Era um bar
deslocado do eixo movimentado da Pedro Miranda, mas tinha seu charme, sua
clientela cativa. Era também, um dos poucos lugares na Pedreira que tinha um
telefone público. No meu imaginário, o bar era vanguardista, moderno. As coisas
aconteciam por lá. Não sei bem por que penso assim, mas tenho pistas. Meu tio
fazia parte de umas das tribos do bar. Morávamos na Marquês, e parte dos jovens
da rua se reunia pr’aqueles lados. Depois dos encontros, ouvia meu tio falar de
músicas diferentes daquelas que a gente ouvia nas tardes favoritas no programa
do Almir Silva. Comentava a guitarra de um tal Santana, elogiava grupos de fora
como Creedence, o romantismo neolatino de Christophe e aqui no Brasil, o teclado versátil
de Lafayette e Seu conjunto... Essa era a conversa que eu ouvia. Então para
mim, no Pedra Noventa, ouviam-se sons diferentes. Daí, desses sons distintos,
para o Jazz, foi um pulo. Entendia que o Pedra Noventa canalizava os
improvisos, a alegria e a sofisticação do Jazz retratado em cada ritmo novo,
ousado que tocava ali.
O igarapé do
Zé
O vento que
traz o Jazz já é uma inclinação minha para o bucolismo que naquela época ainda
vingava por aquela esquina. Até hoje, este ventinho de fim de tarde ainda é
sentido em toda essa região da baixa da Pedreira. Na falta de uma explicação
lógica, atribuí a formação deste arzinho da tarde, à densidade das matas da
aeronáutica, que margeiam a Dr. Freitas e delimitam a cidade na primeira légua.
Ali nasce o igarapé do Zé.
O igarapé do
Zé é uma licença poética. Um devaneio, um desejo contido. Mamãe jamais deixou
que eu fosse pra lá. Mas a molecada ia. Às vezes chegava bem perto, sentia a
mudança de temperatura ali à margem da Dr. Freitas. Mas não entrava na mata
não. Era menino obediente. Sabia que pra’li, havia um mundo encantado donde a
Matinta reinava. E que lá coisas maravilhosas se realizavam. Mas não podia ir
lá. Mamãe ralhava. O igarapé do Zé é uma vontade minha não concretizada. Uma
aventura que vive só no meu cocuruto. E a maravilha que se impõe de lá aos
quatro cantos, reinterpreto hoje como sendo este vento gracioso que nos afaga
todas as tardes.
Ah, e tem a
música de meu compadre (Edir Gaya é meu compadre. Sou padrinho do filho dele,
Gabriel. Fiz curso e tudo, com a pastora Marga Rothe; e ele é padrinho de minha
filha Amaranta, ou seja, estamos emaranhados nas teias do compadrio). A música
é deslumbrante. Certa vez, estava ouvindo a música, fiquei tão encucado com
aqueles andamentos pra lá de assimétricos que enviei para um amigo meu
entendido de tudo, para que me explicasse aquela singularidade, aquela estilística
melódica. Né querer falar. É uma melodia jazzística da gema, coisa do
Mississipi.
Tá rolando nas
plataformas de música. Compõe o disco que meu compadre lançou sábado passado. E
que vai trilhando caminhos para o Grammy. Tem um quê que atrai a gente. Não sei
definir o que ela é. Para mim é um Jazz, mas tenho uma amiga que bate um
pandeiro bem que só, ouviu e definiu da forma que mais aprecio. Diz que é uma
letra de carimbó encaixada numa mini-sinfonia. Concordo.
domingo, 3 de julho de 2022
crônica da semana - tigre na cabeça
Tigre na cabeça
Procurando
bem todo mundo tem, inclusive a bailarina, uma paranoiazinha doce, aquela
sensação de um desdobramento aquém do desejado, uma expectativa pessimista, um
medinho de que as coisas não vão terminar muito bem. Do nada, diga-se. Mamãe
era campeã. Não podia ouvir um barulho diferente na rua, que logo maldava o
pior. Estrondo, trovão eram sinais dos tempos de apreensão. Nesta época de São
João, então, cada foguetinho era um assombro. Agora avalie as bombas de 100.
Fatos
comuns, com levíssimas alterações de natureza ou cor, a gente taxa logo de
fenômeno carente de explicações. Eventos vulgares, sintomas corriqueiros,
movimentos vãos, é do calibre da gente tomar, sem critérios, como avisos e
premonições.
O
que procuramos no certo é uma aventura. Um sacolejo na rotina. Eu mesmo torço
para que me apareçam de palmo em cima o injustificável, o inexplicável.
Aconteceu
dia desses e ganhou as mídias, um risco doirado rasgando o horizonte vespertino
de Belém. Oba! Um exemplo bem vindo de um espetáculo fantástico registrado por
um punhado de fotografias e vídeos. Tive logo uma intuição (todo mundo tem, a
bailarina também) de ser um disco voador se despinguelando de lá do infinito
até cá embaixo em desastrado rasante. Acho que não era não. Não tenho bons
resultados nessas minhas intuições. Houve de uma época, eu trabalhar à noite.
Durante o turno, foi não foi, virava a atenção para o céu, procurando aparições
extraordinárias. Achei mina de pontinhos luminosos que logo se revelaram como
satélites geoestacionários ou apelidos outros que os valham. Deixa estar que
numa noite... pêi! Avistei. Um objeto grande, de brilho intenso. Não era uma
bola de fogo, era uma bola de luz. Subia, descia, diminuía o brilho e sumia.
Marquei o ponto. Outras noites, procurei. E achei. Com um tempo, desconfiei daquelas
aparições sempre no mesmo horário, na mesma rota e com a mesminha definição no
rumo e na perda do brilho. Contou para meu desencanto também, que tudo
acontecia exatamente ali pras bandas do aeroporto de Belém. Deduzi então, que...
Meu
compadre Edir Gaya, não. Ele não nega fogo. Afirma de pé junto que lá pelo fim
da década de 70, ficou a uma distanciazinha assim do Chupa-chupa. Foi bem em
frente à Escola Salesiana, que naquele tempo era um aningal só. Eu até que ia
pedir pra ele reforçar o relato aqui nesta crônica, mas hoje, hoje é um dia
especial para meu compadrezito. Tá num pé e noutro, transbordando de felicidade
com o lançamento, logo mais à noite, do disco “Liamba Jazz e Samba” que ele
produziu com muito carinho, muito zelo e arte.
Para
nosso descontentamento, o traço doirado que foi visto em Belém, nem rastro de
um foguete, como especulado, arrisca ser. Não há elementos da Geodésia que
alimente esta possibilidade. A curvatura da Terra não abona um avistamento que
se realize nesta distância que se estende entre Belém e a Guiana Francesa.
Mamãe
era impressionada. O custo era dar a deixa. Certa vez disse que lhe revelaria
algo fascinante, mas enrolei, fiquei o dia todo remancheando. E ela a toda
hora: o que foi, menino, me conta logo. Estiquei a cantilena. Tadinha, ficou
tinindo de curiosidade. Fui além da resistência dela. Até, enfim, confessar-lhe
que estava me engraçando por uma pequena que tinha o olho amarelo. Um espanto.
Essa bola do olho da gente que no geral é acastanhada, azul, verde, na pequena,
era amarela. Parecia uma peteca colombiana das difícil.
Nada
a temer. Aliviada da angústia, mamãe deu um desconto. Fez a fé no Corujão. Cravou
tigre na cabeça e quebrou a banca.