quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Lolita


Quando te vejo
aquilo em mim
faz trim!
Bamboleio
dos pés a cabeça
toda desalinhada,
toda desencontrada,
e me ofereço pra ti.
Acho que canto,
mas na realidade,
murmuro tagarelices
de atrapalho.
Falo línguas estranhas,
estrangeiras.
indecentes.
Sufocadas de fumo,
fumaça.
Tensão,
tesão.
Sou incerta,
quando te vejo.
Sou servil
ao gemido viscoso
do pecado,
fluindo ao sul do que sou.
Quando te vejo,
sou nociva.
Sou insensatez.
Fogo juvenil.
Nabokov palidez.
Sou Lolita,
embriaguez,
tonta de vontade
de te dar a minha
ambiciosa doçura.
Quando te vejo,
jorro descontroladas
maravilhas íntimas.
Incandescentes,
vulcânicas, indomáveis.
E enlouqueço.
Quando te vejo,
eu escureço do dia.
Eu me apresso na vida.
Rodopio sadia,
a saia vadia e
saio orgulhosa;
Me viro provocante;
Me atiro vaidosa;
Me apego ofegante;
Me aqueço dengosa e
me esqueço de mim.
Quando te vejo,
desmaio em pensamento,
sobre ti.
Desvalida,
carente, abandonada.
E vou às nuvens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário