sexta-feira, 23 de setembro de 2011

crônica da semana - Fatos e fotos

Fatos e fotos
Amanhã ocorrerá a Grande Coleta de Emaús. A campanha faz parte do calendário da cidade e consiste na arrecadação de objetos que não estejam sendo usados ou que possam ser reciclados. É uma ação social consistente que acontece desde 1972, sob a liderança do Padre Bruno Sechi. Começou na Escola Salesiana, na Sacramenta; teve a cimeira no Jurunas, e atualmente, mantém-se, no bairro do Benguí (é uma opinião: acho que na época do Jurunas, foi o momento de maior relevo da campanha. Foi um período pródigo em que a campanha atingia uma quantidade enorme de bairros, envolvia muita gente, recebia ajudas e patrocínios. Hoje,  o ‘Movimento de Emaús’ se realiza a partir de reformas estruturais, e a Grande Coleta se adaptou às atuais dificuldades operacionais e de execução. Este ano vai cobrir pouca coisa mais que 5 bairros).
É uma oportunidade de doação também para os voluntários que fazem a coleta. Participei de algumas. E, nem titubeio em dizer que foram momentos inquestionáveis de crescimento. Toda a atmosfera da campanha é muito edificante: a elaboração do tema, sempre ligado a uma causa social e montado sobre a problemática do menor (que é, por vocação, o eixo de atuação do Movimento); a disseminação do objetivo da campanha, expresso nas cartas distribuídas à comunidade, dias antes da coleta (e esta é uma prática interessante. O contato prévio com a população é uma ação de conscientização. Uma aproximação que permite mostrar que a campanha não se propõe apenas a receber objetos reaproveitáveis. Coisas. Bens materiais. Procura também formar opinião, criar liberdade e consciência crítica. Era uma pernada, entregando a carta, mas era extremamente saudável para o espírito. E sempre rolava um lanchinho, uma cadeira pra descansar, uma água...e a tão bem-vinda cumplicidade).
O sábado, véspera da campanha, era de congraçamento. Todos os voluntários eram mobilizados para uma celebração de paz e de entrega (e tem aquele, sabe, que não esqueço nunca. Foi no ano em que o Elói Borges, que hoje é dirigente do Sintepp, cantou a música “Minha História”, com aquela voz contundente, persuasiva, empolgante. Pô, depois de “esperando parada/pregada/na pedra do porto/com seu único/velho vestido/cada dia mais curto”, não teve unzinho assim que não derramou uma lágrima ali no ginásio do Sesc. Muito emocionante aquele dia. Todo mundo com a camisa da campanha. Todos muito jovens, cheios de sonhos, muito amigos, e com uma vontade danada de fazer um mundo melhor) [...silêncio...].
O fato é que amanhã os rapazes e moças que acreditam num mundo melhor estarão pelas ruas de Belém realizando mais uma Grande Coleta. Rogo que os recebam de coração aberto, com alguma doação na porta, um lanchinho, uma aguinha, um sorriso ou o que valha como cumplicidade. O domingo, por certo vai ser muito mais feliz pra todo mundo.
Agora a foto. Desde junho venho acompanhando o deslocamento do sol com fotos. E ontem ele ficou bem em cima da linha que divide o gramado do estádio ‘Zerão’ em Macapá (mas como é pertinho, né, considerei como se fosse aqui). Esta posição do sol marca o equinócio de Primavera. Proporciona os hemisférios sul e norte serem igualmente iluminados. Enseja o dia ter a mesma duração que a noite. Define a chegada da Primavera e certifica os pontos cardeais Leste (onde o sol nasce, pela minha foto, atrás do Cabana Clube) e Oeste (onde o sol se põe, por dedução, o quintal da artista plástica Cristina Tobias). Dos pontos fotografados ontem (o equinócio) daqui pra frente, o sol vai se afastar para o sul, até dezembro. E sabe o que isso quer dizer? Quer dizer que vamos ter muitos domingos felizes.

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