segunda-feira, 22 de agosto de 2016

não era sonho não

Ontem, mal a noite se ajeitou nas horas, nos aviamos em dar conta das coisas da casa, para nos atermos à cerimônia de encerramento dos jogos olímpicos. Não deu outra: logo que iniciadas as transmissões do Maracanã, já estávamos emboletados na cama, eu, mulher e meninos,  procurando um jeito de não perder nada.
A mim, como era esperado, a conta foi aquela certa dos 5 minutos para que me quedasse ao indefensável sono. É assim, diante do sonífero televisão, deu aquele tempinho, já vou virando de lado e roncando. Resulta que mais tarde, a minha turma já dispersada, o quarto num escuro só e a cama toda minha, tateei o celular a fim de acionar o despertador, pois a lida no outro dia, cobra pontualidade. Naquela antecâmara do sono, percebi, na tela do Facebook, algumas atualizações e uma em especial, me pareceu produto da minha sonolência. Só poderia ser um sonho!
E nem era. Às 5 da matina, o arregalado dos olhos me mostrava outras mensagens me alertando sobre o gentil comentário feito pelo professor Paulo Nunes a este humilde vassalo do condado de Xapuri. Não era sonho não, molequinho. Era uma prosa pra lá de generosa do Paulo, dando a letra sobre o meu livro “O rio do meu lugar”. Brasill illll illll!
Professor Paulo Nunes, no comentário, faz elogios ao meu livro, me coloca entre os grandes cronistas paraenses e sinaliza um Ensaio sobre o meu trabalho. Mas pensa se não fiquei todo metidão. Mais empinado que cangula tecida em saco de supermercado. Embora lá no íntimo do meu ser, a minha humildade franciscana recomende admitir que eu não seja merecendente destas alusões, subverto a minha índole e encaro a festa. Receber um elogio do professor Paulo Nunes é muito bom. É bom que só.
Conheço alguns trabalhos do Paulo. Sei da profundidade com que ele trata a obra de Dalcídio Jurandir. É um estudioso, um analista esmerado. Opera com a racionalidade acadêmica e, ao mesmo tempo, que bom,  sucumbe às tentações da alma! Paulo é poeta.
Então, não fico feliz à toa. A minha alegria é abonada por esta declinação do olhar de Paulo. Um olhar acostumado aos extremos nortes de Dalcídio, se desvia e vem bater, de bubuia, n’o rio do meu lugar.
A mim, me resta ser grato. Catando aqui e ali, razões para escrever, acho que este reconhecimento é um fator suficiente para justificar esta lida. Ter este olhar acadêmico voltado para meu trabalho é um estímulo para escrever mais e melhor. Ou é um elixir, um suplemento que me vem ajudar no combate ao cansaço, ao desânimo. É um afago que a mim, me mostra que esta batalha vale a pena.
Escrevo já há muitos anos. Nunca fui idealista na minha escrita. Mas acredito que o ato de escrever é uma forma de praticar, de divulgar o bem. Escrevendo ganhei presentes valiosíssimos como o apreço e a amizade de Juliana Silva, Roger Normando, Edson Coelho, Hélio Santos, Alex Oliveira, Vânia Torres, Paloma Amorim, Juraci Siqueira, João Urubu. Escrevendo, vou eternizando amizades como as de Edir Gaya, Valéria Nascimento, Cláudio Cardoso. Todos parceiros, coautores desta minha caminhada. A eles, Paulo, estendo o teu elogio, as tuas palavras.

Saiba que o sono me dominou neste encerramento dos jogos olímpicos. Tateei o celular, pensei sonhar. Mas já de olhos arregalados, na segunda de manhãzinha, me certifiquei que a tua amizade, refletida em tão generosas palavras, fez-se para mim, numa reluzente medalha de ouro. Um prêmio de valor que a gente nem pode calcular. Não era sonho não. Grato. Muito grato.

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