quarta-feira, 1 de abril de 2020

pequenos pecados


V

O barato, diz o ditado, sai caro. Lá no Chile, é tudo na casa dos milhares. Uma barrinha de cereal custa Mil Pesos. Uma refeição, não sai por menos de 6.000 Pesos. Seja ela boa ou ruim. Temos um pecadito por causa de uma pirangagem que fizemos para almoçar.
Vale dizer que os mochileiros nos deram boas dicas. O café da manhã no hostel dava até uma sustância, a temperatura baixa não animava para sair de casa antes do meio-dia. Resulta que deixávamos para almoçar bem tarde, lá pelas três, quatro horas. Passeávamos, nos virávamos com pequenos lanches e frutas que comprávamos no supermercado e o cumê de vera, a gente jogava lá pro adiantado do dia. E só uma vez. Era almoço e janta, tudo junto.
Devo dizer que concentramos nossos movimentos em torno do centro. Posso falar do padrão de refeição que encontramos. Muito frango e muito peixe compondo as refeições populares. Carnes, em raras e caras ofertas. Não tínhamos lugar certo para o cumê do dia-a-dia. Na parte da cidade que estávamos, por lá mesmo a gente se aviava. Quando visitamos o mercado municipal, poderíamos ter encarado um frango de rua, mas não nos entusiasmamos. Voltamos para o centro. Encostamos num restaurante que oferecia um preço bem menor que os outros e... tinha feijão! Ou, frijoles pra eles lá. Tomamos lugar. Logo fechei a cara. Uma atendente é que servia e manejava várias bandejas ao mesmo tempo e nessa manobra, deixava cair conchas e colheres dentro das bandejas. O meu prato, com certeza, veio temperado com as digitais da pequena. Desanimei do frijoles. Não devolvi, dei uma beliscada na porção de frango que veio como prato principal e abandonei a idéia. Minha companheira nem se atreveu. Pagamos, saímos, voltamos pra casa com um buraco no estômago. No caminho entramos no supermercado e providenciamos pães, frutas e sucos. Detalhe: tudo levado na nossa bolsa ou na mão. Lá não usam sacos plásticos para acondicionar as compras.
VI

Que eu me lembre, os pecados foram estes. O resto foi tudo bacana. Quem tem mancadas pra contar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário