Reticiências... eu sei... tá errado
Tão
invisíveis as freqüências a girar o mundo... a realidade se define de uma forma
tal que... nem maldamos. Nes’isntante, dezenas, milhares de interferências nos rodeiam
e a gente nem dá verso e conta. Só do celular, recebemos pra mais de tantas e
ene minas de vibrações imperceptíveis. A maioria albergando as malditas fake
news. Conta na conta, também, a infinidade de ondas de rádios que passeiam ao
nosso derredor em AM, em FM, além de outros perfis eletromagnéticos que escapam
do nosso campo de entendimento, e não nos habilitamos apreendê-los todos.
Uma
dessas ondas, assensoriais se fez notar e me abordou di’cum’força esta semana.
Reza ela sobre as reticências e os dias que se sucedem aos aléns e ao adiante.
Tirando
pelo rumo, o além e adiante mais perto para mim é o domingo este amanhã quando
completo, pelejadíssimos, 60 anos. E que logo de prima me traz a certeza do
desprestígio total da data, embora carregada de significados. Ocorre que tão
emblemática efeméride, atada a estes encarreirados que os aléns me reservam,
cai exato no dia das mães. E nem dou uma de esperançoso. Não sistematizo.
Sequer ensaio menção. Cuido e me recolho humilde ao canto porque, com mãe não
se concorre, nem em bolinho confeitado. Amanhã é tudo dela. A música já diz:
“ela é a dona de tudo.../ Ela é a palavra mais doce/ que um dia o poeta
escreveu/Ela é o tesouro que o pobre/Das mãos do Senhor recebeu”. Verdade maior
não há. Vá lá que seja, de consolo, ano que vem, de boa. Meu níver cai numa terça
(porque o ano é bissexto) toda minha.
E
pros lados das palavras doces, eu sei, eu sei, não é reticiências que se fala
ou escreve. O certo é reticências. Mas este tipo de marcação da gramática me
vem, tal o apostrófo, como uma paródia, como uma versão apócrifa desde o ginásio.
Coisa de moleque pra frente, que inventa moda e dela não se larga. Acostumei
com o distanciamento canônico tanto na escrita como na fala. Daí pus no título
aí em cima e me viro nos trinta para abonar e caminhar com o termo até aqui sem
culpas. Mesmo porque, até me permito a licença poética: sou simpático à forma
porque ela inspira um intervalo ... para pensar. Para tomar ‘ciência’,
apossar-se do tempo e conhecer o bom, o tenso e belo da vida.
Então
me flagro nos aléns, nos adiantes e nos entremeios de agora, quando me avio para
liberar os textos, após breve correção, do meu próximo livro. Atento, me pego entre
as observações e oportunidades encontradas por minha filha, que me ajuda na
leitura crítica. Curiosa, me vem com umas dúvidas, inesperadas, considerando o
ritmo e o tino das minhas construções textuais. Certeira, prestou reparo nas
formas diferentes do tratamento que dispenso para a ocorrência de reticências
(ela se referiu à pontuação de forma correta) em muitas passagens. Quis saber o
formal. Depois de reticências a frase começa com minúscula ou maiúscula? A
gente dá espaço, depois de reticências? E quando encerra um parágrafo? Eita que
foi um aperreio. Corri aos trechos de palmo em cima e ajudei na análise. No
frigir dos ovos, prevaleceu o bom senso que inclusive tem vez nos livros e
sites de gramática que consultei. Depende. Tudo depende, Vai da gente e do
contexto. A regra admite uma versatilidade na forma e abona a intenção. Tudo
então ficou pelo dito e certo.
Como
agora, com a convicção que me envolve, em saber da significância do meu além,
do meu adiante que se realiza amanhã, o domingo em que completo sessentinha.
Esperando, agora, de vera, das reticências da vida, mais sabedoria, inspiração,
saúde, muita música, poesia, boas companhias, uns trocados, cerveja e picanha
vez ou outra, pois que de ferro não sou. Tendo isto, as ondas visíveis e
invisíveis, que sejam, podem vir e me provocar. Estou na área e se derrubar...
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