AS MÃOS
No passado
Havia as redes
Bem próximas
Eu te embalava
Era como uma brincadeira:
“Dá cá tua mão”
As tuas mãos
De encontro
Às minhas
Momentos assim
Eram um prazer
Cantarolando uma canção de ninar
Cantarolando A Rosa
Do Pixinguinha
As redes bem próximas
E eu te embalando
Tão bom tocar tuas mãos
Brilhantes mãos de fogo
Bravas mãos de ferro
Doces e musicais
Belas mãos de mãe
No passado tuas mãos eram vigorosas
Quase fortes
De película fina e transparente
Exibindo flores de sangue vivo
Mãos recheadas de jovens intenções
Mãos de um matiz vermelho-rosado
E contornos perfeitos
As tuas mãos
No passado eram o endereço
Do teu sorriso
A beleza perdida de tua face materna
Tão bom tocar tuas mãos
E não sentir medos exagerados
No passado
As nossas redes próximas
Como uma gostosa brincadeira
“Dá cá tua mão”
No passado
Hoje tento reconhecer velhos sinais:
As tuas mãos de encontro às minhas
Hoje
Quero te embalar
Mas tu não estás.
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