terça-feira, 24 de setembro de 2013

crônica remix - TCC

Teretetê sobre Tê cê cê
Esses dias apareceu aqui em casa uma estudante do curso de Letras da UFPA de Abaetetuba. Veio me dizer do interesse que tem em fazer o seu TCC sobre a minha produção literária. Disse que me acompanha aqui na coluna já há algum tempo e que tinha vontade de me conhecer pessoalmente. Achou a minha casa se batendo aqui pela Vila dos Cabanos, perguntando, indagando, seguindo algumas pistas. A pequena varou na minha porta mais suada que tampa de chaleira e cansada às pampas da pernada, mas alinhavamos um bom papo.
(Tudo mentira! Só para criar um clima).
Na verdade, a estudante é a minha amiga Elielma Monteiro, que foi secretária do Sindicato dos Químicos na época em que eu me batia por lá como dublê de sindicalista. Nos conhecemos há pelo menos uns oito anos, freqüenta regularmente a minha casa e conhece o meu trabalho desde há muito, inclusive a produção que tenho de poesias. Tem o acervo completo na casa dela, de todas as minhas obras editadas e ainda algumas produções artesanais. Ah, e a Elielminha (somos íntimos), não é de tá se consumindo a pé por aí, é chique que só ela, charlando de moto pelos caminhos da Vila.
O resto é verdade.
Embora não me ache ‘merecendente’, me sinto lisonjeado em saber que o mundo acadêmico se interessou pela minha obra. Elielminha me explica que o eixo da pesquisa é a linguagem popular que utilizo, as variações semânticas, as interfaces eruditas e parari, parará...Coisas que entendo pouco.
Quis saber como é o meu processo de criação, de onde arrumo subsídios gramaticais, estilísticos, inspiração para construir os textos, se sou formado em isso, aquilo ou aquil’outro (é sempre assim, toda vez que alguém me inquire sobre este meu pendor literário, rola esta pergunta sobre a minha formação).
Dei a letra à estudante de Letras: quanto ao processo de criação, depende. Acho que parte se deve a um pouquinho de talento que tenho, um outro tanto, ao estudo e à pesquisa e uma outra dose, ainda, (and rock, diga-se), a um uisquinho que tenho ali guardado para os momentos de pouca inspiração. Alertei a jovem graduanda que não sou formado em Letras ou áreas afins, mas, em compensação, fiz o curso de Comunicação Oral e Escrita (mini-curso, dir-se-ia hoje) com a professora Cleide, na Escola Jarbas Passarinho, em 1977.
Acho que esta é a minha mais preciosa formação. Tenho até hoje, guardado, o certificado deste curso. O curso, ministrado pela professora Cleide, é tão relevante para mim, que, foi-não-foi, entra no meu currículo quando este é exigido para concursos de literatura ou para eventos culturais.
Então, o modesto acervo de bons modos que utilizo na minha escrita, tem, entre outras fontes, aquele curso com a professora Cleide. Foi um curso rápido, durou uma semana e foi promovido pelo Senac (que coisa interessante, né? Senac...). A dinâmica adotada pela professora foi a de explorar traços da língua apartando-os dos manuais gramaticais. Isso tornou as nossas aulas bastante atraentes: os mistérios dos porquês foram desvendados sem dor. A dúvida aonde/onde, foi dirimida cautelosamente (mas o sucesso, admito, foi só naquele dia. Até hoje me aperreio ao escolher um ou outro. Por mais que eu tente, para onde corro, sempre erro). Pormenores estilísticos me foram simpaticamente apresentados.

Espero que este teretetê que tive com a doce Elielminha lhe seja útil no TCC, mas o bacana mesmo, foi lembrar do meu curso de Comunicação Oral e Escrita promovido pelo Senac e ministrado pela professora Cleide, quando eu estava na 7ª série... E que até hoje me vale.

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