A sete palmos sob o chão
Repousa o corpo mutilado da natureza
A deusa morta
Vultos em desespero bailam a sua volta
E entoam cantos e rezas
O bêbado sonhador dorme sobre seu corpo estático
E voa até o silêncio dos campos verdejantes
Revivendo a história
Apega-se ao mar moleque
Voa com os pássaros em direção ao sol
Rasteja-se com os répteis milenares
Sacia-se da fome e da sede por dádivas da mãe
O vento revolve os seus trapos
Correndo por todo o corpo
É livre, forte e belo
Até emudecer diante dos predadores, das dores
Transborda de humilhação
Cambaleia ante os punhos armados e dorme
Para que mãos reluzentes o despertem
Sobre as cinzas do seu corpo mutilado de futuro
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