Quarto centenário
Nos
próximos dias Belém vai viver a experiência de completar 400 anos. É uma idade
assim-assim emblemática. Traz um quê de especial temperado pelo fulgor dos
festejos ocorridos quando do quarto centenário de São Paulo, solenidade até
hoje lembrada pelos acordes dobrados de Mário Zan. Os paulistanos marcaram a
data (e ainda hão de explicar um dia o porquê da deferência ao IV Centenário) e
já que está marcada, aqui vamos nós, no rastro e nas lembranças.
Música,
já temos para dar ritmo ao momento. “Ao pôr do sol”, do compositor Firmo
Cardoso está vibrando nos corações e mentes. O peixe com açaí vai dar sabor ao evento. Os
símbolos que engalanam a festa, mais que abstrações são deliciosos de comer e
de ouvir.
Há
simbologia e sabor nas páginas escritas também. O editor Cláudio Cardoso
preparou um feixe de sentimentos, um rol de emoções, uma porção substanciosa de
declarações de amor arranjadas em um livro pleno de belezuras.
A “I
ANTOLOGIA DE CRÔNICAS – BELÉM 400 ANOS” vai ser lançada
no dito dia do aniversário da cidade, terça que vem. Chega, como já disse,
repleta de formosuras. E eu que não sou besta nem nada, puxo a brasa da beleza
pri, para a minha sardinha. É que a publicação vem valorizando a crônica (que é
a pele literária que habito). Comuns e já exercitados por aqui mesmo, são as
composições em versos. “Uma poesia para Belém” tem sempre seu brilho. Mas
Cláudio ousou. Apostou na tessitura leve, cordial da prosa cotidiana. Sou
suspeito pra falar, mas olha, acertou em cheio. Os textos estão belíssimos.
Não
menos luminosas estão as ilustrações (uma criação personalíssima elaborada pela
plástica de Maciste Costa, para cada crônica), a concepção gráfica, a montagem
em capa dura, a textura delicada do papel e o formato singular da obra.
É
uma antologia, e neste quesito de coletar e juntar peças, Cláudio também
surpreende. Reuniu 18 autores paraenses e com muita generosidade ombreou
escritores já consagrados e premiados como Daniel da Rocha Leite, Antonio
Juraci Siqueira, Paulo Nunes a uma petizada que mal saltou da casa dos vinte
anos de idade como as iniciantes Laila Maia, Juliana Silva, Caroline Brito, mas
que da mesma forma, nos brindam com seus talentos e inspirações.
Os
convidados para esta antologia pegaram valendo. Entenderam, confiaram, foram de
encontro àquela Belém que nos encanta, nos afaga e ao mesmo tempo nos desafia,
nos enfrenta e nos submete. Há uma simbologia nas páginas escritas. Há uma rede
de admiradores da cidade tecida pela percepção empreendedora de Cláudio
Cardoso. Mas há também a crueza das ruas, há o escuro incerto, há a apreensão e
o vago pudor. Há esperança e aflição na antologia. Penso que a multiplicidade
de impressões e opiniões sobre nossa cidade quatrocentona está bem definida
nestas páginas, acima de tudo, verdadeiras.
Eu,
muito agradecido pelo convite, estou no time de cronistas. E na minha vez, faço
como sempre fiz. Procuro palavras para expressar meu amor por Belém.
O
lançamento da “I ANTOLOGIA DE CRÔNICAS – BELÉM 400 ANOS” é terça, dia 12, no Sesc Boulevard. Nos vemos por lá.
Confirma esse horario aí, amigo. Nos vemos lá! XD
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