sexta-feira, 21 de maio de 2010
ENTREGA
Ela te diz
E diz quase sem querer
Sem dor
E se te trai
Não é pela cruz
Nem pela espada
(Mas pelo ódio de outrora)
Livra-te dela
Que te deseja (entregue)
Sobre a mesa
De vidro espelhado
Pergunte se ela, algum dia,
Te amou
E por quantas vezes
Será possível
O perdão
E o porquê do sangue
pedir sempre pra jorrar
Da palidez desavergonhada
De minha face
Ame-a
Enquanto meu cansaço admite
Que
De minhas vestes
Resta o lado dolorido
De teus cuidados
Escarro vermes coloridos
De meu futuro
De teu futuro
Compro cartas
Faço jogos
Traio a massa
Cresço louco
(*com ilustração emprestada do cartunista Glauco)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário