terça-feira, 14 de setembro de 2010
Novas news coletadas da vergonhosa mídia televisiva
A apresentadora chama a matéria anunciando que na Escola Rodrigues Apinagés está acontecendo tal coisa (aquelas barbeiragens administrativas que a gente acompanha no dia-a-dia das escolas públicas)
A repórter, voando alto, mais alto que o céu, em off, reverbera a lerdeza: “ na escola Rodrigues Apinagés...”, caprichando no ésse.
Depois, “na passagem”, falando do meio da rua e com os olhinhos fechados por causa do sol, transborda de ignorância, parece que nem se sente, e estribilha a desmiolagem, embora na camisa dos alunos, estejam estampadas as iniciais do nome da escola R, P: “ a escola Rodrigues Apinagés...”
Na volta pro estúdio, a apresentadora do jornal reitera a patetice: “a Seduc informou que a reforma da escola Rodrigues Apinagés...”
Vai-te de retro muquiranice cerebral. Como a gente pode acreditar numa imprensa que se diz competente e inovadora, quando nos telejornais a gente não percebe a mínima inclinação para a boa informação.
O nome da escola estava estampado na fachada e na camisa dos alunos, mas a matéria insistiu em divulgar um nome diferente.
Sabe por que ficaram à vontade neste flagelo informativo? Por que a escola não tem nome de político, desses que roubam e entram para a história sem serem convidados e pela porta dos fundos.
A escola tem nome de POETA
E uma rápida apuração na Wiki da internet nos apresenta o ‘príncipe dos poetas paraenses’
Rodrigues Pinagé:
Rodrigues Pinagé (Natal, 1895 — 1973) foi um poeta, jornalista e funcionário público brasileiro.
Foi ainda criança para Belém, no Pará, onde foi eleito "príncipe dos poetas paraenses".[1]
e a sua vingança contra a gratuidade dos ésses em colisões pra lá de estilosas:
Sério e saudoso, o sertanejo sente sede
e, senhor da selva, saboreia
sulco silvestre e suave, que serpeia
sobre o solo, a seguir, serenamente.
Sempre singelo e sonhador, semeia!
Seu semblante cismático e silente
sangra ao Sol... Some a sápida semente
saginada, que o sol seca e saqueia...
Sopro de seca no sertão sibila,
sacode a selva em sensações supremas,
sinistramente, em súbitos solfejos!
Sobre a serra sem sombra o sol cintila!
Segue-se o soluçar das seriemas,
sepultando em saudade os sertanejos!...
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